Saiba como escolher o terreno para construir sua casa – parte 1

A compra do terreno é o primeiro passo para a construção de sua casa. A escolha consciente é meio caminho andado para que sua casa seja um sucesso.
Várias questões devem ser avaliadas ao se tratar da escolha do seu terreno. Mesmo que algumas recomendações possam ser óbvias, muitas vezes esquecemos de conferir algum aspecto que pode alterar nossa decisão. Esperamos que as questões e recomendações a seguir lhe ajudem a refletir sobre a sua escolha.

Para tanto organizamos este artigo em três partes de forma objetiva e mais fácil de ler, sendo a parte 1: localização e orientação, a parte 2: forma do lote, infra estrutura e zoneamento, e parte 3: topografia e arborização, tipo de solo e sondagem, e assessoria técnica e projeto.

Localização

  • O bairro e a vizinhança mais próxima ao terreno apresentam um estilo de vida semelhante ao seu e ao dos demais usuários da casa?
  • Como é o trânsito nas diversas horas do dia, nos dias úteis e nos fins de semana, entre o terreno e os principais locais frequentados por todos?
  • O acesso ao local é fácil? Existem vias alternativas para situações de emergência?
  • O que existe próximo ao terreno? Escolas, hospitais, bares, restaurantes ou feiras livres? Algum desses usos o incomodam em função do tráfego ou do barulho?
  • O padrão das construções vizinhas é compatível com o planejado por você?

No caso de uma área recentemente ocupada, tente avaliar como será o padrão das construções, muitas vezes isto é possível em função do próprio custo do terreno e de sua situação urbana: condomínio ou via pública.

  • Como é a segurança do local? Visite-o à noite e nos fins de semana. Procure conversar com os vizinhos e moradores mais antigos.

Terrenos em esquinas, em geral, são mais vulneráveis e devassáveis, entretanto podem oferecer maior facilidade de acesso e melhor aproveitamento do projeto.

Orientação

  • Você observou se o terreno é ensolarado?
Artigos  Saiba como escolher o terreno para construir sua casa - parte 1

Prédio fazendo sombra em casa em uma tarde de Verão, situação indicada para reduzir a temperatura interna da edificação, mas que também pode bloquear a vista e os ventos.

Em climas muito úmidos, terrenos sombreados, certamente, lhe trarão problemas de umidade. Já em climas secos este problema será minimizado.

No caso de regiões frias (região sul, sudeste e montanhas) é aconselhável que o terreno receba sol, principalmente, na parte da tarde, pois deste modo a edificação será aquecida para o período noturno. Neste caso, a melhor orientação do terreno deverá permitir que a maior parte dos ambientes sejam voltados para as fachadas norte e oeste.

No caso de regiões quentes, é preferível que o terreno receba o sol no período da manhã, temperaturas mais baixas, para efeito de higienização da edificação. Desse modo, a casa não ficará tão aquecida durante a noite.

Como são os ventos no local?

Uma boa ventilação é indispensável em qualquer clima, para que haja higienização dos ambientes pela renovação de ar. Entretanto, em climas quentes e úmidos (região norte) ela é indispensável.

A melhor disposição da construção no terreno será aquela que permita ventilação cruzada na maior parte dos ambientes de sua casa, principalmente, nos ambientes habitáveis – salas e quartos.

 

Saiba como escolher o terreno para construir sua casa – parte 2

Na primeira parte desta série de artigos sobre a escolha do terreno para construir sua casa, entendemos a necessidade de avaliarmos algumas questões antes da decisão de adquirir o terreno e iniciamos esta avaliação pelas itens de localização e orientação.
Dando continuidade à análise, neste texto avaliaremos as questões de forma do lote, infra estrutura e zoneamento.

Forma do Lote

Os lotes são, geralmente, retangulares. Quanto menor a divisa frontal (voltada para a via de acesso), menor é o custo. Entretanto, lotes com uma frente muito pequena gerarão uma casa menos valorizada, com uma fachada frontal pequena e com a maioria dos ambientes voltados para os muros das divisas laterais. Não são aconselháveis lotes com menos de 10m de frente, embora a legislação de alguns municípios permita lotes com testadas inferiores.

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Exemplo de edificação construída em lote estreito. Para melhor aproveitar o pouco espaço disponível, o arquiteto elevou a construção, o que pode não ser permitido pelo código de obras local. Fonte: Fujiwarramuro Architects (www.aplan.jp).

Infraestrutura

  • Como é a pavimentação da via de acesso?

Verifique se existe coleta de águas pluviais pela presença de bueiros ou bocas de lobo. Converse com os moradores do local para descobrir a área é sujeita a enchentes.

  • Como é feita a coleta de lixo e com que frequência?

Dependendo da situação a previsão de um depósito de lixo é bastante prudente.

  • O gás é fornecido por rede ou botijões?

Isto afetará o projeto de instalações.

  • O abastecimento de água é por rede? Como é a qualidade do fornecimento?

Converse com os vizinhos para saber se falta água com frequência, isto poderá influir no dimensionamento de sua caixa d’água. Caso não haja abastecimento de rede deverá ser previsto um poço artesiano.

  • Como é o sistema de esgotamento sanitário, rede ou fossa séptica?

Isto é definidor do projeto hidrossanitário.

  • Como é a iluminação da via?

Uma via bem iluminada, em geral, oferece maior segurança.

  • Como é o fornecimento de energia? Falta luz com frequência?

Pode ser previsto sistemas de luz de emergência no projeto de instalações.

  • Existe sistema de TV a cabo ou fibra ótica na rua ou previsão para tal?
  • Quais são as opções de serviços de internet banda-larga? Cabo, fibra-ótica ou rádio?
  • Como é o sistema local de telefonia? Há facilidade para instalação de novas linhas, possibilidade de transferência?
  • Como é o sistema de transporte no local? Existem linhas de ônibus ou metrô próximo?

Mesmo que os moradores não utilizem o transporte público, pense nos visitantes, empregados, prestadores de serviços e numa eventual necessidade.

Zoneamento

  • É um bairro basicamente residencial?
  • Quais são os tipos de uso (comércios, serviços etc.) possíveis na rua e na vizinhança próxima?
  • Qual é o gabarito permitido no local?

Prédios vizinhos muito altos podem fazer desagradáveis cones de sombra.

  • É uma área de preservação histórica ou ambiental?

Neste caso podem existir restrições quanto ao tipo de construção, ou quanto à forma de ocupação do terreno.
No caso do terreno pertencer a um condomínio fechado, verifique as disposições internas do mesmo. Muitas vezes, os condomínios possuem regulamentos próprios quanto aos tipos de construções e à forma de ocupação do lote.

Glossário

Águas pluviais

Todas as águas provenientes de chuvas provenientes dos telhados e do terreno. A coleta dessas águas é chamada esgoto pluvial (AP), que sempre deve ser feita, afim de evitar deslizamentos e/ou erosão do solo.

Boca de lobo

Abertura usada nas sarjetas ou meios-fios, para permitir o escoamento de águas pluviais, em longos trechos.

Bueiro

Abertura por onde escoam as águas pluviais, que pode ser natural ou construído. 2. caixa e grelha de ferro fundido, que é colocada sob a sarjeta ou calçada para o escoamento das águas pluviais. 3. Abertura com tampa de fero usada para visita da tubulação de esgoto.

Desapropriação

Quando um ato governamental retira uma propriedade particular, geralmente, em função de projetos de urbanização ou por falta de pagamento de impostos.

Drenagem

O sistema de drenagem, em linhas gerais, consiste na instalação de um sistema de tubos perfurados, que são colocados a uma determinada profundidade que permita o escoamento da água excedente no solo.

Erosão

Processo de desgaste do solo, que pode ser feito, pelos mares, rios, chuvas, ventos ou geleiras. Além do empobrecimento do solo, a erosão pode causar grandes problemas de desmoronamento.

Esgoto sanitário

Coleta das águas servidas, de lavagem (ralos de piso, máquinas de lavar, etc), de cozinhas (ralos de cubas e de máquinas de lavar pratos) e do esgoto sanitário em si (vasos sanitários).

Fossa séptica

Estrutura feita em concreto ou em alvenaria que permite que o material orgânico proveniente do esgoto sanitário seja transformado em material inorgânico. As fossas são usadas em locais que não possuem rede de esgoto, as mais comuns são chamadas de fossas sépticas.

Fundação

Conjunto de estacas e sapatas responsável pela sustentação da obra. As fundações estão diretamente relacionadas com as características do solo. É o terreno que definirá o tipo de fundação e o respectivo dimensionamento necessário. Uma mesma casa poderá ter fundações diferentes dependendo de sua implantação e os tipos de solo encontrados no terreno, comumente acontece com a presença de rochas. As fundações podem ser diretas (rasas) ou Indiretas (profundas).

Gabarito

Altura máxima que pode ter um edifício, regulamentada pela legislação urbanística.

Levantamento topográfico

Também chamado levantamento planialtimétrico. É o processo que consiste na medição de ângulos e curvas de nível de um terreno, representando em planta baixa e cortes sua configuração física (medidas) e os principais elementos presentes (construções, árvores de grande porte, rios, pedras, etc.).

Muro de arrimo

Estrutura feita em concreto armado para conter o impulso de terras, quando é feito um corte no terreno.

Pilar

Elemento vertical estrutural, de seção quadrada ou retangular, que sustenta a construção. É ele que recebe as cargas das lajes e vigas transmitindo-a às fundações. A estrutura da construção por pilares, lajes e vigas. Quando a seção é circular ele é chamado de coluna.

Pilotis

Pilar ou coluna que fica aparente no pavimento térreo, muito comum na arquitetura moderna dos anos 60.

Poço artesiano

Perfuração feita no terreno, para obter água potável do subsolo (lençol freático), através de bombeamento.

Projeto de alinhamento aprovado (PAA)

Também conhecido como PA (projeto de alinhamento), é um instrumento de intervenção urbanística. Sua função principal visa ao planejamento e à implantação das vias e demais áreas públicas de uma cidade.

Recuo

Faixa de terreno pertencente a um lote privado e contígua à via que não pode ser edificada. Possibilita o alargamento da via ou da calçada conforme o previsto em projeto de alinhamento aprovado (PAA) de acordo com as posturas municipais. Os recuos variam conforme o local, podendo até variar ao longo de uma mesma via pública.

Sondagem

A sondagem é um processo de exploração do subsolo por meio de perfurações feitas no terreno, verificando a natureza geológica do solo (argiloso mole, argiloso compacto, arenoso, etc.), suas diversas camadas, espessuras e inclinação e a presença de lençóis freáticos.

Terraplenagem

Chamamos de terraplenagem ao conjunto de operações de escavação, transporte, depósito, compactação e consolidação de terras, necessárias à preparação de um terreno para a construção. Pode ser manual, com emprego de ferramentas comuns ou mecanizado.

Terreno de Marinha

Terreno que está situado na costa marítima (continental ou insular), nas margens do rios, lagos e lagoas, até 33m de distância, desde a posição da medida média da preamar do ano de 1831, tomado horizontalmente em direção à terra, em locais onde se faz sentir a influência das marés.

Tombamento

Instrumento normativo destinado à preservação de bens imóveis e móveis considerados de valor histórico, artístico ou cultural, utilizado por órgãos federais, estaduais ou municipais.

Ventilação cruzada

Quando os vãos (janelas e portas) de um ambiente são colocados em paredes opostas ou adjacentes, no sentido dos ventos locais, permitindo a entrada e saída do ar, facilitando a circulação e higienização.

Saiba como escolher o terreno para construir sua casa – parte 3

Nas partes um e dois desta série de artigos sobre a escolha do terreno para construir sua casa, entendemos a necessidade de avaliarmos algumas questões antes da decisão de adquirir o terreno e avaliamos os itens de localização, orientação, forma do lote, infra estrutura e zoneamento.
Dando continuidade à análise, nesta terceira e última parte da série, avaliaremos as questões de topografia e arborização, tipo de solo e sondagem e assessoria técnica e projeto.

Topografia e Arborização

Para qualquer tipo de terreno, é fortemente recomendável contratar um levantamento topográfico para garantir que as dimensões e medidas do terreno estejam conforme a escritura e garantir a correta implantação da edificação no lote.
Entretanto, em terrenos em aclive ou declive muito acentuado, o levantamento se torna indispensável. Com o levantamento, você terá certeza do relevo e da posição exata dos elementos naturais e construídos.
Verifique, também, a existência de elementos naturais no terreno, aproveitando, sempre que possível, esses recursos. Córregos, lâminas d’água, árvores, tal como pedras de grande porte devem ser mantidas, pois poderão gerar soluções interessantes no projeto de sua casa e/ou jardim.

Terrenos Planos

São em geral mais caros, porém mesmo com uma área menor possuem melhor aproveitamento e construção bem menos dispendiosa, pois você poderá economizar na terraplenagem e nas fundações.
Alguns terrenos planos, que ficam abaixo do nível da rua ou próximos a rios ou várzeas, podem apresentar problemas com inundações. Neste caso, cuidados especiais com a drenagem e até mesmo aterros podem onerar o custo da construção.

Terrenos em aclive e declive

Nos terrenos em aclive a construção fica acima do nível da rua. Nos terrenos em declive a construção fica abaixo do nível da rua.

Artigos  Saiba como escolher o terreno para construir sua casa – parte 3

Esquema gráfico mostrando terrenos em aclive e declive usando como exemplo a corte da Casa de Carmem Portinho do Arquiteto Affonso Eduardo Reidy que usou pilotis respeitando a topografia do terreno, liberando o solo para a drenagem e ventilação. Fonte: Desenvolvido por Otala Arquitetura e Urbanismo

 

Esses terrenos são em geral de menor custo, entretanto, podem significar uma construção bem mais dispendiosa. Gastos com levantamento topográfico, sondagem, terraplenagem, muros de arrimo e pavimentos sobre pilotis serão prováveis de ocorrer. Porém, em certos casos, o investimento nestes lotes pode ser compensado pela vista panorâmica, pela maior privacidade em relação aos vizinhos e por projetos mais criativos e dinâmicos.
Pessoas de mais idade ou com mobilidade reduzida devem evitar terrenos em aclive ou declive, que em geral, implicam na obrigatória utilização de escadas.

Tipos de Solo e Sondagem

Você deve em um primeiro momento fazer observações no local para ter uma ideia básica do tipo de solo do seu terreno. O tipo de solo afeta diretamente o tipo de fundação que será utilizado na construção e isso irá alterar o valor da obra. A utilização inadequada de uma fundação implica, no mínimo, em paredes rachadas.
Verifique se na proximidade do terreno existe alguma erosão no solo, algum desmoronamento, ou mesmo alguma rocha em iminência de deslizamento. Você deve se preocupar com a possibilidade de ser um terreno instável, seja por aterro ou pela presença de lençol freático.
Estas avaliações não são suficientes. Para que você esteja seguro, contrate uma sondagem, que lhe dará uma noção sobre o tipo de solo do seu terreno e a fundação mais indicada.

Assessoria Técnica e Projeto

Todas essas dicas são para que você possa, com alguma autonomia e mais segurança, escolher um terreno. Contudo o melhor, antes da compra, é contratar um profissional do ramo – arquiteto urbanista ou engenheiro – que possa lhe dar um parecer técnico a respeito de sua escolha.
O acompanhamento técnico, desde o primeiro momento, evitará gastos desnecessários com o refazimento ou com atrasos muitas vezes causados pela falta de planejamento orçamento e de projetos adequados.


O que são os estudos e relatórios de vizinhança (eiv-riv)

O EIV-RIV é um instrumento urbanístico previsto na Lei No. 10.257 de 10 julho de 2001 – Estatuto da Cidade que se relaciona diretamente com o planejamento estratégico, visto que neste, os grandes empreendimentos/eventos são, na sua maioria, grandes indutores do desenvolvimento econômico, do crescimento e da renovação urbana. Assim, esses empreendimentos representados por objetos arquitetônicos de porte são os principais alvos dos EIV-RIV, pois “quanto maior o empreendimento, tanto maior será o impacto que ele produzirá sobre a vizinhança” (Instituto Pólis, p. 198, 2001).

A Regulamentação do EIV-RIV

Em muitos municípios brasileiros os EIV-RIV já foram regulamentados. Na Cidade do Rio de Janeiro o Estudo de Impacto de Vizinhança e o Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV-RIV) ganharam força política, principalmente, a partir de 2011. Atualmente, o anteprojeto de lei está em tramitação na Câmara Legislativa.
As leis municipais que regulamentam os EIV/RIV são independentes dos Planos Diretores Municipais e veem sendo promulgadas paulatinamente. Elas devem contemplar todas as dimensões dos impactos previstos na Seção XII – artigos 36, 37 e 38 do Estatuto da Cidade.

Que Empreendimentos Necessitam do EIV-RIV

Os grandes empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana (shopping centers, universidades, grandes condomínios residenciais, cemitérios etc) são os objetos dos EIV-RIV, pois são capazes de alterar significativamente a vizinhança aonde se inserem. Esses empreendimentos dependem de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de implantação/construção, ampliação, operação/funcionamento ou descomissionamento a cargo do Poder Público Municipal. O EIV deve incluir, no mínimo, as seguintes análises de impacto sobre:

  • O aumento da população na vizinhança;
  • Os equipamentos urbanos e comunitários;
  • O uso e ocupação do solo;
  • A valorização imobiliária;
  • O tráfego e a demanda por transporte público;
  • A ventilação e iluminação;
  • A paisagem e patrimônio natural e cultural.

 

Artigos  O que são os estudos e relatórios de vizinhança (eiv-riv)

Análise da obstrução da paisagem tombada como patrimônio municipal, desenvolvida com foto montagem a partir da perspectiva em 3D do Condomínio Ilha Pura – Vila Olímpica 2016, RJ. Fonte: EIV-RIV desenvolvido por Otala Arquitetura e Urbanismo

A Importância do EIV-RIV para a População

O EIV deve ser executado investigando os efeitos/impactos positivos e negativos do empreendimento ou da atividade sobre a qualidade de vida da população visitante mas, principalmente, a residente na área e nas suas proximidades, contendo o inteiro teor de todos os levantamentos, cálculos e estimativas, bem como as medidas compatibilizadoras, mitigadoras e compensatórias.

“O objetivo do Estudo de Impacto de Vizinhança é democratizar o sistema de tomada de decisões sobre os grandes empreendimentos a serem realizados na cidade, dando voz a bairros e comunidades que estejam expostos aos impactos dos grandes empreendimentos. Dessa maneira, consagra o Direito de Vizinhança como parte integrante da política urbana, condicionando o direito da propriedade” (op. cit., p.199, 2001).

Artigos  O que são os estudos e relatórios de vizinhança (eiv-riv)

Análise das sombras projetadas das torres no entorno vizinho desenvolvida com o 3D  sobre base do Google Earth do Condomínio e Hotel do Porto Olímpico – Setor Leste, RJ. Fonte: EIV-RIV desenvolvido por Otala Arquitetura e Urbanismo

As medidas mitigadoras são ações que visam atenuar os efeitos de determinado impacto negativo provocado por empreendimento ou atividade, muitas vezes se voltam para a melhoria da infraestrutura urbana local, como rede de drenagem, esgoto, iluminação pública ou mesmo da arborização urbana.

As medidas compensatórias são ações que visam oferecer contrapartida à população afetada, como forma de compensação por um impacto negativo gerado pelo empreendimento ou atividade o qual não foi parcialmente ou plenamente mitigado.

As medidas compatibilizadoras são ações que visam adequar o empreendimento ou atividade ao local no qual ele será implementado de forma a reduzir os efeitos dos impactos negativos e/ou ampliar os efeitos dos impactos positivos e podem envolver exigências de alterações no projeto.

O Relatório de Impacto de Vizinhança – RIV

O Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV) é um documento de caráter informativo que deve conter, com linguagem acessível à população, a apresentação do empreendimento ou atividade, as áreas de influência direta e indireta, seus impactos e as medidas compatibilizadoras, mitigadoras e compensatórias.

6 dicas para reformar a sua casa com ideias ecológicas

Se você está pensando em reformar a sua casa apresentamos aqui 6 ideias que podem transformá-la em um lugar mais sustentável.
Uma edificação sustentável está em harmonia com o meio ambiente do qual faz parte e contribui para a sua preservação, de modo que possa continuar “vivo” para as futuras gerações.
Além de você fazer uma ação ética orientada por valores ecológicos, você constatará benefícios diretos na sua conta de luz e de água que justificam o seu investimento à médio e longo prazo.

1 Construa um Teto Verde

Se você for reformar o seu telhado pense em adotar um teto verde, ao menos em parte dele!
Os tetos verdes são excelentes isolantes térmicos pois as camadas que o compõem (substratos e plantio) impedem que parte do calor emitido pelo sol passe para o interior do ambiente, mantendo temperaturas mais amenas, podendo reduzir o uso do ar condicionado.

Essas camadas também são capazes de absorver grande parte das águas das chuvas, diminuindo a quantidade que é lançada na rede pluvial, contribuindo para a redução das cheias. Durante as chuvas intensas, para se evitar o encharcamento do teto, o excesso é drenado para uma caixa coletora. A água que foi coletada poderá ser reutilizada para regar os jardins ou para lavar as áreas externas e carros.

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Teto verde criado sobre uma garagem, construída como anexo de uma residência. Evitase a visada de uma laje ou telhado voltado para a janela de um dos ambientes; aproximase o jardim e reduzse a radiações para o interior dos ambientes. Ver maiores detalhes em: https://otala.com.br/paisagismo/.

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Teto verde criado em condomínio de casas com o uso de claraboia para iluminação de área interna.Redução do custo da cobertura, melhoria da qualidade térmica e ampliação da superfície de drenagem. Foto: ZinCo Link:.Fonte: DUNNETT, Nigel e KINGSBURY, Noël. Toits et Murs Végétaux, p.47. Parc Saint-Joseph: Rouergue, 2008.

2 Plante muros e as Paredes

Do mesmo modo que os tetos verdes, muros e paredes plantadas também reduzem a transmissão do calor exterior para o interior da sua casa. Além disso, normalmente, dão a sensação de ampliar os espaços externos e torná-los mais agradáveis e aconchegantes.

No caso dos muros o plantio pode ser feito diretamente na alvenaria com heras, por exemplo, mas no caso das paredes da casa o plantio deve ser feito afastado, evitando umidade e os pequenos animais.

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Parede verde projetada por Patrick Blanc, Paris, com uma “palheta” de plantas que cria um painel e mantida por sistema hidropônico. Foto: Nicola Browne. Fonte: DUNNETT, Nigel e KINGSBURY, Noël. Toits et Murs Végétaux, p.251. Parc Saint-Joseph: Rouergue, 2008.

 

 3 Faça um Reservatório de Água Pluvial

Caso o seu terreno seja praticamente todo pavimentado, os ralos ou as grelhas podem ser direcionados para um reservatório, como uma cisterna, para coletar a água das chuvas. Esta água poderá ser reutilizada para a lavagem desses piso no futuro e para regar as plantas.

 

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Área externa – quintal – totalmente pavimentado onde foram construídas grelhas de coleta de águas pluviais, as quais são direcionadas para um reservatório de águas de reuso, tal como a coluna que desce das calhas do telhado. Fonte: DUNNETT, Nigel e CLAYDEN, Andy. Rain Gardens – Managing warter sustainably in the Garden and design landscape, p.131. Oregon: Timber, 2007.

 

4 Amplie seu Jardim

Melhor, ainda, seria transformar parte do seu terreno em um jardim, pois ele absorveria boa parte da água da chuva e apenas após algum tempo de chuva forte o sistema de drenos levaria o excedente de água para o reservatório de reuso. Esta medida também reduz a temperatura externa ao redor da sua casa, pois jardins, tal como os tetos e as paredes verdes, são excelentes para a absorção da radiação solar, diminuindo a temperatura do ar nas áreas externas do seu terreno.

Artigos  6 dicas para reformar a sua casa com ideias ecológicas

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Astor Water Garden, Oregon, EUA. (https://www.portlandoregon.gov/shared/cfm/image.cfm?id=161702)
Área externa de escola, originalmente pavimentada e impermeabilizada, cuja construção do jardim reduz a temperatura externa do ar, aumenta a drenagem das águas de chuva e cria um ambiente de melhor qualidade estética e de conforto para os usuários .
Fotos: Erin Middleton
Fonte: DUNNETT, Nigel e CLAYDEN, Andy. Rain Gardens – Managing warter sustainably in the Garden and design landscape, p.153 e 154. Oregon: Timber, 2007.

5 Aumente a Luz Natural

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Na foto, um projeto de Iluminação natural obtida por “solar tube” em banheiro realizado pela Otala.

Vivemos em um pais com abundância de luz natural, usea diminuindo o consumo de energia elétrica! Se você vai trocar suas janelas pense na possibilidade de adotar janelas maiores mas protegidas da radiação solar direta, isto é, permitir apenas a entrada da luz , mas impedir a entrada dos raios solares que irão aquecer o interior dos ambientes.

Outra oportunidade no caso de reformas é usar claraboias, também protegidas, e coletores solares nos tetos, principalmente em ambientes que não tem condição de receber grandes janelas, como banheiros ou corredores.

Na foto ao lado, como exemplo, um projeto de Iluminação natural obtida por “solar tube” em banheiro, desenvolvido pela Otala Arquitetura e Urbanismo, juntamente com a reforma do telhado de uma residência.
A iluminação natural indireta se compõem com a iluminação artificial, feita por lâmpadas de LED, e garante um nível mínimo de iluminamento no ambiente durante o dia, além de aumentar a sensação de conforto.

6 Coletores Solares e Lâmpadas de LED

Algumas medidas que reduzem o gasto energético são os coletores solares e a iluminação por lâmpadas de LED. Atualmente, os coletores solares utilizados para o aquecimento de água já são financiados pela CEF e as lâmpadas de LED, que já sofreram sensível diminuição de valor, economizam de modo significativo o consumo de energia elétrica.